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A Arte de Planejar e Agir

Atualizado: 24 de abr. de 2023


Tudo o que é desejável dentro da realidade humana é possível de ser conquistado, com certa facilidade, se observamos alguns procedimentos de conduta pessoal. Quando pensamos ou decidimos ter algo, queremos primeiro, saber por onde devemos começar e, então, de que maneira chegaremos ao objetivo ou somatório de bons resultados, errando menos e acertando mais.

Nesse sentido, apresento minhas impressões sobre a técnica da resolução correta, do planejamento estratégico e da ação efetiva que tende a otimizar bons resultados, sintetizados em três princípios relativamente simples de entender e fáceis de realizar, para se ter, através da prática deles, uma vida com mais significado e, se tudo correr bem, melhores recompensas ao final de cada ciclo de ação. Isto é, ao término de cada etapa ou meta estabelecida poder desfrutar de bons momentos.





Certamente, em momentos de reflexão ou angústia, perdas ou frustrações já tenha se perguntado qual é o sentido da sua vida e porquê algumas coisas não saem como você gostaria, não é mesmo? Pois é, algumas perguntas geralmente ficam sem respostas quando não sabemos o que somos, em essência, e o que realmente queremos da vida. Então eu te pergunto: já encontrou o que existe de melhor em você? O que espera realizar ao longo da sua existência e que te dê, lá no final da jornada, a segura sensação de que tudo valeu a pena – pois essa visão de futuro que, hipoteticamente, revele o fim da sua vida é muito importante para te dar, hoje, a sensação de pertencimento a algo muito maior que os próprios desejos de autossatisfação. Desse modo, também, podemos perguntar: o que verdadeiramente vale a pena na vida? Dinheiro, prestígio, poder? Quando refletimos sobre essas coisas e de como a nossa presença se coloca no mundo, são tantas as dúvidas que nos vem acerca do sentido da vida que parece não ser possível encontrar uma resposta segura, concorda?


Sobre esse dilema, eu acredito que há três princípios essenciais que perseguimos ao longo da vida: Segurança, Autorrealização e Felicidade. Seguindo esses princípios intuitivos que chamo de Trindade Existencial, creio, talvez, poder te ajudar a encontrar o real valor e significado da própria vida. Mas um detalhe é importante, antes de querer encontrar as melhores respostas, aprenda a fazer as perguntas certas.


Primeiro princípio: A segurança


Toda e qualquer decisão que tomamos parece estar alicerçada na ideia de produzir, como resultado, algum tipo de segurança e estabilidade que de conformidade às nossas necessidades mais básicas. Desse modo, no que confere a real sensação de segurança, na prática? Seguro é tudo aquilo que está alicerçado no sólido, no incorruptível, na verdade, no que é certo. É a realidade das nossas vidas, tais como elas são, por um período não sabido e determinado de tempo e a certeza do fim delas em algum momento. Seguro é tudo aquilo que produza conforto, firmeza e estabilidade em nossos pensamentos, palavras e ações. Mas seria possível sustentar esse conforto, sempre? Seria possível viver sem se expor a zonas e circunstâncias de insegurança? Você se sente 100% seguro, hoje? Pense a respeito, analise todo o cenário ao qual você está, agora (trabalho, família, violência, saúde, organização social, finanças etc.).


Num segundo movimento em direção à sensação real de segurança, percebemos que é preciso criar várias frentes de gerenciamento seguro na vida para mantermos o status da estabilidade, da segurança e da firmeza existencial. Por exemplo: Segurança alimentar – o tipo de dieta que você precisa manter para permanecer forte, saudável e funcional. Segurança financeira – como você gera receita para se manter com dignidade e cuidar de sua família adequadamente. Segurança urbana – quais estratégias você desenvolve para produzir e manter a sensação real de segurança, a fim de minimizar os possíveis efeitos da violência no gerenciamento da sua vida e de seus familiares. Segurança emocional, espiritual e intelectual – quais práticas de fomento cognitivo e espirituais você mantém com sacralidade e resiliência. Livros que lê, valores que alimenta, hábitos e condicionamentos saudáveis de vida. Relacionamento familiar, amigos que mantém, etc.


Poderíamos com certa facilidade, através da reflexão proposta, aqui, encontrar outros tipos de segurança que praticamos quase que involuntariamente. Contudo, o mais importante num primeiro momento é saber que o valor segurança está intimamente associado a tudo que fazemos. Ele precisa estar presente, de uma forma inteligente e assertiva, em qualquer movimento de pré-decisão que tomamos (que é, por exemplo, quando você está pensando no que e como fazer uma determinada coisa, conversando com seus amigos, familiares ou profissionais da área em questão. Planejando quando, onde e como agir e, buscando, no campo das ideias, a melhor possibilidade pra isso).


Segurança, portanto, é algo muito amplo e que se estende para vários setores da nossa vida. Segurança é a forma como nos alimentamos, nos exercitamos, estudamos, professamos nossa fé. É fazer as coisas de uma maneira que consuma menos energia e amplie o nosso campo de domínio dentro daquilo que elegemos como adequado, preciso e desejado. É muito difícil manter um tipo de segurança integral, mais sólida e menos suscetível a perdas, sem considerar que é fundamental e inegociável integrar cinco ações de gerenciamento da vida que considero relativamente simples de fazer:


1. Manter uma alimentação saudável, mais natural e adequada à sua área de atuação profissional. Evitar produtos alimentícios e o consumo de drogas (lícitas e ilícitas). Hidratar-se constantemente – mesmo que não sinta sede;


2. Manter a prática de exercícios físicos inteligentes. Isto é, que não sejam agressivos à sua realidade estrutural, no mínimo três vezes na semana (eu recomendo o yoga postural moderno e/ou artes marciais);


3. Manter o hábito, diário, de leituras técnicas (referentes ao enriquecimento do seu trabalho), edificantes (Bíblia, sutras e livros de elevação espiritual) e ficcionais (contos, romances, poemas e outros que ampliem o seu imaginário). Procurando, sempre que possível, estudar aquilo que estiver lendo. Isso lhe torna mais inteligente;


4. Devotar-se a uma vida espiritualmente regrada. Ter uma prática religiosa verdadeira e edificante que acolha o seu coração e alma e que te ofereça uma visão transcendente da vida;


5. Trabalhar de forma inteligente e ser autossuficiente financeiramente. Honrar seus compromissos. Cuidar fidedignamente de sua família e manter o bom senso administrativo de suas finanças.


Sem o esforço constante em equilibrar essas cinco ações, no dia a dia, é quase que impossível manter uma vida estável, segura e que te dê bons resultados em qualquer área que resolva atuar.


Segundo princípio: A autorrealização


Mantendo a prática acerca da segurança, desenvolvemos ferramentas reais e de fácil manuseio para cultivar o senso continuado de autorrealização. Pois ela, a autorrealização, não se formata dentro de um período pré estabelecido de tempo, disciplina específica ou pelo domínio, somente, de determinadas habilidades mentais. A autorrealização é um movimento personificante continuado. É o esforço de toda uma vida. Mas esse esforço não é demasiadamente estressante ou excessivamente desgastante ao ponto de consumir nossa energia vital. Pelo contrário, é um tipo de reforço psicofísico que mantém o estresse a níveis saudáveis e a energia vital equilibrada. Isto é, o caminho, a prática da autorrealização é o que confere sacralidade e equilíbrio à própria vida. É o que traz a sensação de contentamento existencial e propósito para fazer o que se faz, todo santo dia. A autorrealização, pra mim, é a verdade do nosso nascimento sorrindo pra gente e dizendo como temos que agir. Ou seja, é vivermos de acordo com aquilo que nascemos para ser e realizar no mundo – chamado de Dharma na cultura sânscrita. Eu acredito verdadeiramente que a autorrealização só pode ser vivenciada, em plenitude, se formos capazes de permanecer em comunhão com o Senhor do Universo. Do contrário, ao meu ver, será apenas mais uma sinalização de virtude sem efeito prático real.


Terceiro princípio: a felicidade.


Só persegue a felicidade quem não a tem. E isso é um fato. Quem é feliz não diz que é, apenas é e segue sua vida sem se importar, muito, com opiniões alheias. Posso afirmar que a felicidade não é definida por fatores externos, como fama, prestígio ou poder. Tão pouco pode ser comprada ou acessada a força. A felicidade é um estado de espírito. Simples assim. Independente das circunstâncias aos quais nos colocamos, a felicidade não depende de algo externo para ser acessada. Por exemplo: você não será feliz, somente, por estar se casando. Ou por comprar um carro zero quilometro. Tão pouco por realizar aquela viagem dos sonhos. De maneira alguma a felicidade pode ser negociada materialmente. Se fatores externos promovessem a felicidade não teríamos, como exemplo, tantos suicídios de milionários e celebridades mundo a fora.


Certamente a aquisição de bens materiais auxiliam alguns processos na vida, que podem produzir momentos prazerosos e alegradores, mas isso não é felicidade. Então me parece que as pistas em direção à felicidade apontam para a prática de outro verbo que não é o Ter, mas sim, o Ser. Vivenciar sua verdadeira natureza, tal como ela é, me parece apontar, lá no horizonte, para uma chispa de luz que pode orientar você rumo à felicidade. Se você for capaz de viver corajosamente de acordo com aquilo que está estabelecido em sua essência humana, a probabilidade de desfrutar da felicidade dos fortes será algo muito palpável a você. Descobrir a própria vocação existencial é algo que requer coragem, resiliência e muito esforço. Por este motivo, da dificuldade e esforço constante no autotreinamento, a maioria das pessoas vivem e morrem sem saberem por que viveram. Outro ponto importante é ter consciência que a felicidade derradeira, constante e interminável é impossível de ser praticada. Pela própria condição humana que, involuntariamente, vive em contradição. Logo, como flutuamos em tantas ideias que se transformam de tempos em tempos devido a alternância de circunstâncias e cenários, é natural produzirmos perturbações momentâneas que nos desestabilizam emocional e espiritualmente. Então a felicidade real e prática, me parece, é sempre sazonal, momentânea. E quando você a vivencia, não há, obviamente, a ausência da sensação felicidade. O que se ausenta é a busca por ela. Sentir a felicidade, portanto, é ser a própria felicidade. E isso só ocorre no presente. Não pode haver felicidade no passado ou futuro, compreende?


Então acredito ser mais seguro e assertivo afirmar que a felicidade é, geralmente, o resultado de escolhas mais adequadas à própria vocação existencial. O desafio primeiro é descobrir qual é a sua vibe, aquilo que te dê “tesão” para viver. Que te faça sorrir, pela satisfação da missão cumprida, mesmo diante do cansaço extremo ao final do dia.


Concluindo o raciocínio, convido você, como é comum em todos os meus textos, a refletir acerca da própria vida. A meditar sobre a sua realidade, tal como ela é, aqui e agora, sem interferência de opinião alguma, inclusive da minha. Aceite apenas, se julgar pertinente, a ideia que lancei, aqui, para uma vida com mais profundidade pela Trindade Existencial. Ou seja, a Segurança, a Autorrealização e a Felicidade como princípios essenciais da sua existência. Pense a respeito e veja como adequar esses ensinamentos à própria vida. Eu fiz isso e posso afirmar que minha vida melhorou, e muito, em todos os sentidos.

Agora que lhe dei as pistas para acertar mais e errar menos, na vida. Entenda que isso não é, obviamente, uma formula perfeita para o sucesso em todas as áreas. Até porque isso é impossível. São apenas elementos da natureza humana que precisam ser trabalhados inteligentemente em perfeita simbiose com a realidade. Isto é, você precisa ser íntimo da realidade e permanecer vivendo à verdade. Só assim você se libertará de uma vida banal, mesquinha e sem sentido.


A Arte de Planejar e Agir exige que você conheça suas vulnerabilidades e impotências mais profundas a fim de gerencia-las a seu favor e não contra você. A Arte de Panejar e Agir não admite mentiras e justificativas vitimizantes. O bom planejamento aprende com os resultados de fracassos passados e assume a total responsabilidade por isso. Isto é, aquele que planeja de forma inteligente e assertiva não responsabiliza circunstâncias, cenários ou pessoas pelo próprio fracasso e, sim, olha para o passado como uma criança que aprendeu a andar depois de muitas quedas sem se lamentar pelos machucados que sofreu. Ele se torna um estrategista resiliente que cultiva a virtude da paciência como uma armadura impenetrável à possibilidade de desistir. É necessário estudar e praticar o que se estuda para corrigir as falhas do caminho e dominar a excelência da técnica de planejar e agir. É fundamental testar possibilidades e aprender com os mais experientes num ambiente cuja prática da humildade promova um intelecto mais honesto. Tenha paciência, fé e resiliência, e excelentes resultados serão apenas uma consequência do esforço correto, da convicção incorruptível e da excelência de ideal.


Lembre-se: Somente a constância da prática e dos estudos incessantes definem a qualidade dos resultados.


Bora, fazer acontecer?

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